terça-feira, 29 de março de 2011

FIFA CRITICA LENTIDÃO EM OBRAS PARA COPA.

A Copa do Mundo é hoje’, diz ministro em
 resposta a dirigente da Fifa


Joseph Blatter criticou lentidão das obras em relação à última copa.

Comparar África e Brasil é comparar ‘banana com laranja’, disse Orlando Silva.

Robson Bonin -Do G1, em Brasília

O ministro do Esporte, Orlando Silva, voltou a rebater nesta terça-feira (29) as críticas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, aos preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Ao participar da primeira audiência pública sobre o mundial, realizada em Brasília, Silva afirmou que para o governo “a Copa do Mundo é hoje”.

Presidente da Fifa critica atraso nas obras para a Copa no Brasil, em 2014Dilma diz que Copa do Mundo de 2014 criará 730 mil novos empregosObras de estádios da Copa estão ‘a pleno vapor’, diz ministro“Para o governo, a copa é hoje. Temos urgência. Ninguém está mais preocupado com a realização do mundial da Fifa do que o Brasil”, afirmou Silva, em referência direta a Blatter. Nesta segunda-feira (28), o presidente da Fifa manifestou descontentamento com a lentidão dos trabalhos em torno do mundial ao dizer que “a Copa do Mundo é amanhã, e os brasileiros pensam que é depois de amanhã.”

Além de manifestar a preocupação do governo com o andamento das obras, o ministro do Esporte afirmou que as declarações de Blatter eram uma forma de “desviar o foco” de questões internas da Fifa como a eleição interna na entidade: “Você tem um processo eleitoral em curso na Fifa e temo que possa haver algum tipo de repercussão. Creio que isso é uma questão mais de desvio de foco por temas outros que envolvem a Fifa, do que uma análise crítica do trabalho que está sendo realizado.”

O dirigente da Fifa também disse que, a três anos do torneio, o Brasil estaria mais atrasado na organização do que a África do Sul. Para Silva, a comparação de Blatter entre os preparativos da África do Sul e do Brasil “é inadequada” e equivale a “comparar banana com laranja”, uma vez que os problemas dos dois países na elaboração do evento são diferentes.

“Não acho muito adequado comparar o Brasil com a África do Sul, como não seria adequado comparar o Brasil com a Alemanha, porque a infraestrutura que a África do Sul possuía quando da preparação do mundial da Fifa, assim como a da Alemanha, eram situações completamente diferentes da brasileira, e comparar banana com laranja pode conduzir a análises equivocadas”, disse Silva.

Dificuldades
Silva reconheceu as dificuldades brasileiras em relação a áreas de infraestrutura como aeroportos e mobilidade urbana e reclamou das “inovações” constantemente sugeridas pela Fifa, que estariam atrapalhando a definição de critérios para a construção dos estádios.

“Imagino que as dificuldades que nós temos vocês conhecem, de temas de infraestrutura, como conhecem as soluções que o Brasil tem procurado apresentar no caso de aeroportos, de transporte”, disse o ministro do Esporte. “A Fifa deve parar de sugerir inovações. É importante que nós tenhamos todos os critérios para os estádios definidos”, complementou.

Sobre a construção de um novo estádio em São Paulo, obra que estaria atrasada e até teria sido colocada em dúvida, diante da falta de viabilidade financeira do projeto, Silva jogou a responsabilidade para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e para o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab: “A palavra de São Paulo foi dada à presidente Dilma Rousseff pelo governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito Gilberto Kassab. Até que provem o contrário, acreditamos que a obra será concluída.”

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