sábado, 4 de julho de 2015

AGUIRRE GOSTA DE CORRER RISCOS.


Aguirre e o gosto por correr riscos

Treinador se notabiliza por escalar o Inter com formações muitas vezes contestadas por imprensa.


Diego Aguirre é um treinador que aceita correr riscos. Ele até reflete, avalia e testa, mas toma as suas decisões sabendo que elas normalmente o deixam exposto a um nível de críticas maior na comparação com outros dos seus colegas de profissão. É um técnico inventivo, que improvisa. Por isso, é considerado gênio em algumas partidas. Em seguida, pode ser taxado de imprudente ou até de louco — como na partida contra o Sport, quarta-feira passada.

Vamos aos exemplos práticos:

1. Na noite de 6 de maio, Aguirre surpreendeu o Brasil ao iniciar a partida contra o Atlético-MG com D’Alessandro e Valdívia no banco de reservas no Estádio Independência. O Inter empatou por 2 a 2 o jogo — que quase venceu —, encaminhando a passagem para a fase seguinte da Copa Libertadores da América. Naquela ocasião, Aguirre foi gênio.

2. Na última quarta-feira, o técnico deixou titulares importantes em Porto Alegre. Poupando-os, fragilizou a equipe que enfrentou o Sport, líder do Brasileirão, na Ilha do Retiro. Além disso, escalou um volante na zaga e, no seu lugar, um jogador que não atuava havia meses. O Inter foi goleado por 3 a 0. “Podia ser mais. Tivemos um pouco de sorte”, reconheceu o próprio Aguirre, ontem em sua coletiva. Ou seja, inventou e errou.

“Penso muito antes de cada decisão. Tento sempre escolher a melhor alternativa, mas é claro que há riscos”, filosofa o treinador, sempre com voz ponderada. Perguntado sobre essa sua afeição pelos riscos, ele despista. Reflete e diz que é assim desde o início da carreira. No entanto, admite que no Inter, devido à quantidade de competições e da pressão que a sua posição dentro do clube enseja, as repercussões têm outra dimensão.

“Aqui tem mais jogos, mais viagens e mais intensidade. As variáveis que devem ser avaliadas são maiores. Mas o grupo de jogadores é excelente. Sinceramente, não acho que há tanta diferença se escalo o D’Alessandro ou o Alex, o Juan ou o Ernando. Estão todos num nível muito parecido”, diz Aguirre.

Antes de deixar a entrevista, porém, o uruguaio matou a charada: “Se o Inter tivesse ganhado (do Sport) com gol do Nilton, eu era gênio. Mas perdemos. Então...”. Ou seja,
 Aguirre já sabe que a justiça e o futebol nem sempre caminham juntas.


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