Brasil põe a mão no ouro, mas sofre virada incrível e cai diante da Rússia
Um dia depois do título das meninas, seleção de Bernardinho chega muito perto da vitória, mas permite reação e perde a final em Londres no tie-break
Por Rodrigo Alves -GLOBO.COM
Direto de Londres
"Será que eu errei tudo?" O tombo feio diante dos cubanos na Liga Mundial, em julho, fez a pergunta martelar na cabeça de Bernardinho pela primeira vez. No dia seguinte, a derrota para a Polônia tirou o Brasil do torneio e enfiou uma dose extra de angústia na bagagem que a seleção masculina de vôlei carregou para Londres. Mas será que ele tinha errado tudo? Ao longo do caminho na Inglaterra, o time cresceu, derrubou adversários de peso e, sem americanos e poloneses pela frente, avançou feroz até a disputa do ouro. Neste domingo, a equipe se agigantou nos dois primeiros sets contra a Rússia. E quando a coroa parecia estar de volta, tudo mudou de novo, com os europeus arrancando um empate heroico, forçando o tie-break e sacramentando uma virada que parecia impossível. Com suados 3 a 2 (19/25, 20/25, 29/27, 25/22, 15/9), a Rússia é campeã olímpica pela primeira vez desde o fim da União Soviética.
E a seleção de Bernardinho, prata pela segunda vez seguida, carrega suas dúvidas na volta para casa.
No jogo que marcou a aposentadoria de Giba da seleção e provavelmente a última participação olímpica de craques como Serginho, Ricardinho e Rodrigão, o Brasil viu o ouro na mão. No terceiro set, abriu 21/18 diante de uma Rússia mortinha e precisava de mais quatro pontos para iniciar a festa. Giba ainda entrou pela primeira vez, para sentir o gosto da conquista, e o Brasil teve dois match points. Mas o último sabor foi amargo. Veio a virada, e a seleção verde-amarela foi se afundando nos próprios erros. Melhor para o gigante Dmitriy Muserskiy, de 2,18m. O técnico Vladimir Alekno ousou e o lançou como oposto. Deu certo. Muserskiy fez 31 pontos - 26 depois da mudança - e conduziu seu país numa reação antológica.
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