domingo, 21 de outubro de 2012

DESTRUIR E CONSTRUIR.

Destruir e construir

Postado por Hiltor Mombach em 21 de outubro de 2012 - Esportes

Prezadíssimo Hiltor, sabemos bem que destruir é um ato mais fácil de ser executado do que construir. E por ser mais fácil, qualquer ser humano, do bem ou do mal, com boas ou más intenções, pode DESTRUIR. CONSTRUIR, no entanto, é permitido somente a uma casta de seres diferentes. Só constrói quem tem capacidade para tal e, além disso, esta casta deve ser tão diferente a ponto de ter a capacidade de suprimir aqueles que destroem durante a construção. Se o construtor chegar ao final da obra com o objetivo concluído, pode-se dizer: ele é diferente, ele constrói. A história está lotada de fatos destrutivos e, considerando proporção, pouquíssimos construtivos. Porém, o mundo segue melhor porque quem se dedica a construir é diferente positivamente, acima da média, e consegue melhorá-lo. E quem se dedica a destruir é normal, ou abaixo da média e não consegue piorá-lo.

Fiz este parágrafo de introdução a fim de levar este contexto para o que se passou e ainda está se passando com o Internacional neste 2012.

Em todos os setores que emitem opiniões se lê ou se ouve críticas profundas à presidência, à direção, aos departamentos, aos técnicos, aos jogadores e até a infraestrutura do Inter. A crítica contundente nem sempre é justa. E quando isto ocorre, ela coloca seu dono no vagão daqueles que destroem. Não são todos, mas muitos torcedores , jornalistas, enrustidos e disfarçados, por conta de sua natureza destruidora, forçam o que chamamos de terra arrasada para tudo que existe no Inter, como se nada prestasse, e nada tivesse uma história de sucesso no clube. Então se lê afirmações do tipo “Luigi é lento ou molenga”, “Bolívar não presta”, “D’Alessandro faz corpo mole”, “Ney é ruim demais”, “Moledo é molenga”, e por aí vai. Falam como se fosse necessário zerar tudo e começar tudo. O pior de tudo é que não é só torcedor que fala e repete isso. Tem jornalista que não tem dúvidas do que fazer, ou seja, mandar embora os principais jogadores, e os tratam como se fossem perebas. Na verdade, estes posicionamentos, do torcedor ou dos jornalistas, é simplesmente miopia crítica. Isto também os coloca naquele vagão de quem costuma destruir.

Mas vamos aos fatos então! Luigi acertou quase todas, enfrentou diversos rabos de foguetes e os nocauteou. Entre eles, o caso Oscar e o contrato de reforma do Beira-rio. Luigi e seus assessores acertaram nas contratações, dispensas e renovações. Errou, dentro do planejamento do futebol, especificamente no comando técnico. Até os quero-queros do Beira-rio entendiam que Dorival não era técnico capaz de conduzir o Inter a títulos importantes, mesmo com o bom elenco colorado. Posteriormente, Fernandão foi colocado técnico. Em um primeiro momento, nada a contestar, haja vista que seria um técnico “tampão” até o final do ano e seria impossível Fernandão fazer menos do que Dorival havia feito. E de fato Fernandão não fez menos. Mas pecou na fritada geral ao grupo colorado, desvalorizando patrimônio colorado. Cheguei a pensar que Fernandão parecia um destes torcedores ou jornalista corneteiro, que só enxergam a ponta do nariz, incapazes de interpretar circunstâncias. Os jogadores são os menos culpados nisso tudo.

Todos os jogadores colorados tem histórias de sucesso. Logo, não é nele que está centrado o problema. E ninguém passa a ser ruim do nada. Então, que não se faça terra arrasada com o grupo. A coisa que mais se quer em outros clubes é ter D’Alessandro, Damião, Dagoberto, Muriel, Ney, Guiñazu, etc. O grupo é muito bom e tem potencial. Mesmo quando se fala de Bolívar, cuja história é fantástica. Quem pensa em dispensas não dar foco à causa raiz do problema, dá foco à consequência. Então, podemos colocar os técnicos, a preparação física e a diretoria de futebol na classe dos que destroem. Luigi, por conta desta miopia quase passa para este lado. Mas seus créditos são maiores.

Note que com toda esta falta de qualidade no comando técnico, ainda assim, o Inter conseguiu ser campeão gaúcho e está se mantendo sempre no primeiro terço da tabela de classificação. Isto mostra um grupo de jogadores capaz, apesar dos técnicos.

É necessário pensar 2013, começando não por destruir o grupo, que é bom, mas por trazer um técnico de futebol, mesmo que venha de fora do país, e informar à diretoria de futebol para não inventar e nem experimentar com risco ao futebol. Penso que estes são os dois primeiros passos, cautelosos, para que a construção siga.

Arthur Quintana

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