Ao Estado, Fifa confirma Mundial de 1951 para o Palmeiras
A Fifa diz que "em reunião realizada em São Paulo no dia 7 de junho de 2014, o Comitê Executivo concordou com o pedido apresentado pela CBF para reconhecer o torneio disputado em 1951 entre clubes europeus e sul-americanos como a primeira competição interclubes e o Palmeiras como o seu vencedor".
Pouco antes do início da Copa do Mundo, a direção do Palmeiras e o então ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fizeram lobby. "O Palmeiras, naquela época, foi o campeão do mundo de clubes. Vamos dar um certificado para todos os campeões. Agora, temos um campeão a cada ano", declarou Nobre na época.
HISTÓRIA ANTIGA
Em 2006, durante a gestão do ex-presidente Affonso della Monica, o Palmeiras produziu dossiê completo sobre o torneio de 1951. Com reportagens da época, o documento comprova o caráter internacional da competição, disputada por oito clubes - Áustria Viena (Áustria), Estrela Vermelha (Iugoslávia), Juventus (Itália), Nacional (Uruguai), Nice (França), Sporting (Portugal), Vasco e Palmeiras (Brasil). O Palmeiras decidiu o título contra a Juventus. Na primeira partida, no Pacaembu, venceu por 1 a 0. No segundo jogo, com mais de 150 mil torcedores no Maracanã, o Palmeiras segurou empate por 2 a 2 e sagrou-se campeão do torneio
Vitor Hugo e Dudu fazem festa no Maracanã: atacante abre placar e zagueiro define a vitória palmeirense sobre o Flamengo por 2 a 1.
Em maio de 2007, o Palmeiras chegou a celebrar a homologação da conquista - o clube havia recebido um fax da Fifa com a informação, em documento assinado por Urs Linsi, ex-secretário-geral da entidade. Contudo, na época a Fifa protelou a decisão e informou que o clube ainda não poderia se considerar como campeão do mundo.
O Palmeiras não se deu por vencido. Como parte das celebrações do centenário do clube, comemorado em 26 de agosto de 2014, a diretoria pediu a ajuda para Marco Polo Del Nero, então presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). Del Nero, que assumiu a CBF em 2015 e está afastado do cargo para se defender das acusações de corrupção, é amigo pessoal de Paulo Nobre, presidente do Palmeiras. Ele intercedeu diretamente aos principais executivos da Fifa para que o comitê executivo da entidade reconsiderasse o caso, reexaminasse o dossiê e desse, enfim, a honraria ao clube, anunciada há um ano e meio e confirmada agora pela entidade que rege o futebol.
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