sexta-feira, 28 de outubro de 2011

É PARA REFLETIR MESMO !

Eu,como enorme parte da imprensa e dos torcedores, fui levado a crer que nos últimos anos os técnicos viraram gênios que controlam suas marionetes em campo. Se funciona, são eles. Se não funciona, idem. Nos últimos anos, especialmente vendo de perto alguns trabalhos de alguns deles, notei que a importância destes caras é menor do que parece.


Ouvi, e não foi de dois ou três, que o São Paulo do Telê, por exemplo, mudava muito do que ele pedia na boca do túnel. Ouvi de alguns times campeões que o que o técnico dizia não era necessariamente o segredo do sucesso.

Grupos campeões invariavelmente, notem, tem líderes e jogadores de pulso firme. São eles que determinam o que acontecerá no gramado e se o grupo aceitará ou não o que pede o treinador.

Bons técnicos vendem suas idéias ao time. Técnicos ruins não conseguem vender.

Alguém acha o Andrade um grande técnico? Ou alguém duvida que Adriano, Bruno, Léo Moura e Pet fecharam aquele time por um objetivo?

Alguém acha que o Palmeiras do Jorginho era mais capacitado que os de Luxa, Felipão e Muricy?

Alguém acha que o Ricardo Gomes teve uma carreira muito ruim como técnico até o Vasco e resolveu virar gênio lá?

Alguém acha que seu interino é tão competente quanto e por isso o time só cresce?
Ops… cheguei onde eu queria.

As 4 perguntas acima são claras e com respostas negativas bem prováveis. Assim sendo, qualé o fator que une as 4 situações?
O compromisso.

Note que o Flamengo 2009 fez tudo errado até o dia que o técnico não podia mais levar a culpa. Ali, quando torcida e imprensa cobrariam o time e não mais o treinador, eles reagiram.

O Palmeiras, sem Muricy ou Luxa de blindagem, ganhou todas com Jorginho. Porque? Porque se perde com ele, a culpa não é dele. É do time.

Ricardo Gomes conquistou o elenco do Vasco e fez sim um bom trabalho. Mas seu AVC fez com que o time se unisse, sem ele, e fosse crescendo no campeonato.

O seu interino não é o novo Telê, nem o novo Eduardo Amorim, talvez. Mas note, ele não será culpado por nada.

E não sendo, quem paga a conta? De novo, o time.

Qual é a situação comum de todos eles?

A nossa cobrança em cima do treinador é tão absurda e fácil que eles não precisam de responsabilidade. Quando tiram essa blindagem deles, correm e resolvem.

Será coincidência?
Acho que não.
Porque o São Paulo do Muricy se arrastava no primeiro semestre e, em julho, quando a queda do Muricy era óbvia, o Juvenal mantinha e jogava tudo nas costas do time a coisa andava?

Porque os caras só se posicionam e chamam a responsabilidade quando não tem blindagem?
Será que os técnicos são tão ruins ou bons assim?

E pior: Será que não estamos blindando uma geração de acomodados que não precisa fazer nada porque sabe que a culpa sempre cairá no professor de salário astronômico?

Para se pensar, no mínimo.

abs,
Rica Perrone

*http://www.ricaperrone.com.br/*

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